O grupo da educadora Natércia participou na experiência - A Flutuação.
A turma foi dividida em 4 grupos de 4 alunos do 1.º ano e um aluno do pré-escolar e um grupo com 4 alunos do 1.º ano e 2 do pré-escolar.
A sala foi preparada para trabalhar em grupo, disposição com que a maioria dos alunos já trabalha no dia-a-dia. Em cima das mesas de trabalho foi colocado o material necessário à realização da experiência: tina com água e diverso material a testar.
- Alguém sabe o que vamos fazer com os objectos que têm em cima da mesa?
A maioria dos alunos respondeu que os iam colocar dentro de água.
Então perguntei:
- Para quê? O que será que acontece se colocarem os objectos dentro de água?
- A água fica vermelha. (Francisco, 6 anos)
- Porquê? – Interroguei.
- Porque fica da cor da plasticina.
- Ah! E as colheres são para mexer! (Diogo, 7 anos)
- E o resto dos objectos? – Questionei.
A Alexandra (6 anos) respondeu logo: - Não, professora, vamos pô-los todos dentro de água.
- Então, se pusermos tudo dentro de água o que acontece?
- A afia vai logo ao fundo. (João, 6 anos).
- Então achas que a afia flutua?
- Não, não flutua. (Pilar, 6 anos)
- Porquê? O que é isso de não flutuar?
- É afundar. Disse o Fábio.
- E flutuar, o que é?
- É ficar em cima. (Luís, 5 anos)
- Quando eu vou à natação o meu professor atira coisas para dentro da piscina e eu tenho que ir lá a baixo apanhá-las. (Ruben, 7 anos).
- E essas coisas que o teu professor atira à água, flutuam ou não?
- Não. – Responderam alguns alunos.
Perante esta situação perguntei aos alunos do pré-escolar presentes o que achavam que iria acontecer aos objectos que tinham em cima das mesas. Os mais desinibidos disseram que algumas coisas iam ao fundo. Sugeri então que em cada grupo, as crianças do pré-escolar formassem o conjunto dos objectos que iam ao fundo e o conjunto dos abjectos que eles achavam que iam flutuar.
Inicialmente os alunos revelaram alguma resistência à tarefa, pois o facto de se encontrarem fora do seu contexto habitual, levou-os a ficar um pouco mais reservados. No entanto, com algum incentivo da minha parte e da educadora de infância presente a tarefa lá se iniciou. Surgiu depois alguma discussão no seio de cada grupo uma vez que alguns alunos do 1.º ano não concordavam com os grupos formados pelos colegas, o que necessitou de uma intervenção um pouco mais activa por parte da professora, a pouco e pouco lá foram chegando a consenso e passaram à fase de registo das previsões de cada grupo.
Em seguida iniciámos a fase da experimentação, tendo sido sugerido que cada elemento colocasse à vez um objecto dentro de água, verificassem em grupo o que acontecia e efectuassem logo o registo, só depois passando para o objecto seguinte.
Após o término da actividade experimental questionei:
- Aconteceu o que esperavam em todos os objectos?
- Não, nós pensávamos que a rolha afundava e ela ficou em cima da água. – Disse o Fábio.
- E nós pensávamos que o clipe flutuava e ele não flutua. (Maria Margarida, 7 anos).
- Nós acertámos em todos. (Margarida, 6 anos) muito orgulhosa.
- Porque é que acham que a rolha fica à superfície da água?
- Porque é leve. (Diana, 6 anos).
- Porque só os objectos de metal é que afundaram. (Pilar, 6 anos)
- Porque não tem força, é fraquinha. (Ruben, 7 anos).
- Então quem acham que tem mais força, a rolha ou a água?
- A água. – Respondeu o Fábio.
- Pois, é verdade, a água faz força para levantar os objectos. E nos que não flutuam, acham que a água também faz força?
- Não, se fizesse eles também ficavam em cima. – Respondeu o Francisco – E são os pesados que vão ao fundo, eles têm mais força.
Os alunos passaram depois à fase de registo de conclusões que poderiam tirar a partir das observações efectuadas na experimentação.
O clipe, a colher de metal, a afia e a plasticina não flutuam. Porquê? A rolha e a colher de plástico flutuam. Porquê?
Nesta fase, todos os grupos concluíram que os objectos leves flutuam e os objectos pesados ou de metal não flutuam.
Partimos então para a 2.ª questão – problema:
- Ainda se lembram, quando colocaram a barra de plasticina o que aconteceu?
- A plasticina foi ao fundo. (Valter 6 anos).
- Acham que ela é leve ou pesada?
- É pesada. – Disse o Valter.
- Vou pedir-vos que moldem a plasticina e a transformem num pequeno barquinho.
- O que acham que vai acontecer quando colocarem o barquinho dentro de água?
- Fica em cima. (Carolina, anos)
- Porquê, Carolina?
- Os barcos ficam em cima. - Respondeu a criança.
- Eu acho que o barco vai afundar, ele também é pesado. (Carolina, 7 anos)
Depois de efectuarem o registo da previsão de cada grupo, as crianças colocaram os barquinhos de plasticina na água.
- Aconteceu o que previam ou não? Efectuem o registo do que observam na vossa folha de registo.
A maioria dos grupos tinha assinalado que a plasticina não iria flutuar, tal como o que havia sucedido enquanto barra não moldada.
- Porque acham que a barra não flutua e o barco flutua?
- Porque o barco é mais leve. (Diogo, 7 anos)
- Mas, fizeste-o com menos plasticina?
- Não…
- Então como ficou mais leve? Acham que é devido ao peso que o barco passou a flutuar?
-Não.
- O que fizemos à barra de plasticina?
- Moldámos.
- Muito bem, moldámos a plasticina e assim aumentámos a superfície em contacto com a água.
- E se colocarmos os objectos pequenos dentro do barquinho, o que será que acontece?
- Efectuem o registo das vossas previsões na tabela.
Sugeri em seguida que colocassem os objectos pequenos dentro do barco e verificassem o que acontecia, para posteriormente efectuarem o registo das suas observações na tabela.
Todos os grupos previram que o barco de plasticina com o clipe e a afia lá dentro não ia flutuar, uma vez que a água ia entrar pelas paredes do barco. Os alunos conseguiram prever esta situação porque aquando da colocação dos barcos dentro de água nem todos flutuavam, verificámos que o problema se prendia com a profundidade do barco e tivemos que alterar a sua forma.
Por fim chegámos ao registo das conclusões, nesta fase os alunos tiveram muitas dificuldades em compreender o que tinha acontecido. Os conhecimentos prévios que detinham sobre a matéria não eram os mais correctos, como podemos analisar nas conclusões tiradas na 1.ª questão – problema, o que dificultou o término da tarefa. No entanto, e tendo em conta a idade dos alunos intervenientes, considero que as conclusões tiradas pelos alunos foram adequadas. Os alunos concluíram que o facto de terem moldado a barra de plasticina não alterou o peso da mesma, logo ela passou a flutuar porque tinha outra forma, foi “esticada”.
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